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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Tudo passa...ainda bem!!!

Há seis anos eu estava chorando, tendo pesadelos, tomando tarja preta, achando que a vida não tinha mais sentido, sofrendo pra caramba. Foi a época em que me separei e foi um tempo muito difícil. Afinal, a gente sonha, cria expectativas e acha que tudo tem que ser pra sempre. E, ainda mais, quando um casamento dura só 9 meses. Aí é dureza!!! Sentimento de fracasso total. Sentia-me devolvida para a casa dos meus pais.

Por mais que doesse, percebi que o melhor era me separar, ir embora e seguir com a vida, por mais difícil que pudesse parecer para mim naquele momento. Sempre fui religiosa e na minha religão, catolicismo, o divórcio é algo que não é bem visto e aceito. Então foi algo muito difícil para mim que ainda era muito presa à convenções e dogmas religiosos. E, eis que um padre foi decisivo para minha decisão.

Num dia de muito desespero procurei a igreja e assisti uma missa, que por ironia do destino era de bodas de prata, e foi um soco no estômago. Chorei a missa inteira, um choro compulsivo, que chamou a atenção de algumas pessoas e do padre. Ao final da missa fiquei para conversar com o padre e ele me ajudou muito a decidir. A pessoa que pensei que fosse me condenar e dizer que não tomasse a atitude que tanto queria adiar, disse que Deus não quer o nosso sofrimento, que eu não vivia um casamento, que deveria procurar um advogado e decidir pelo divórcio e que procurasse minha família pra contar o que estava vivendo e fosse para a casa deles, que não ficasse sozinha no período que saísse de casa, para não cair em depressão e que procurasse uma terapia, uma ajuda para me reestruturar. E, que tivesse coragem pra fazer isso logo, já que não tinha filhos e que  não perdesse os melhores anos da minha vida com uma pessoa que me maltratava e não me amava. Aquilo me chocou, dele não esperava esse conselho. Mas, foi fundamental para que eu reagisse e saísse do estado de letargia que estava diante de tudo que ouvia e sofria. Segui o conselho do padre. Procurei minha família, contei o que estava acontecendo, saí de casa e voltei para a casa dos meus pais. Quando voltei, deixei claro que era temporário, que ficaria ali até me reerguer. O apoio da minha família foi fundamental.

Tinha vergonha de contar aos amigos e aos colegas de trabalho o que tinha acontecido. Afinal, ouvia o tempo todo: ela ainda tá em lua de mel, quando vai vir a cegonha, queremos ver as fotos do casamento. Uma tortura para quem está vivendo um casamento frustrado. Querendo ou não tinha que encarar a verdade e contar às pessoas a bomba. Achava que muita gente iria me julgar, falar que era muito pouco tempo, que tinha que insistir. Mas, mais uma vez, eu me surpreendi. Eles me apoiaram, ofereceram ajuda, pude contar com pessoas que nem imaginava, me indicaram até mesmo a psicóloga com quem faço terapia. 

Me reergui, fui morar sozinha, voltei a me relacionar com outras pessoas. Coloquei na minha cabeça que não podia generalizar e achar que todos os homens são iguais. Existem homens legais, conheci alguns que me ajudaram muito a perceber que o problema não era comigo. Quando um casamento acaba tão rápido, a gente sente que fracassou como mulher, que o problema é conosco. Relacionar-me com outras pessoas fez com que eu visse que tenho o meu valor, que sou uma mulher normal, capaz de seduzir, provocar desejo e, também, sentir que está viva, que deseja, que se apaixona. A vida afetiva não acaba numa separação se você está disposta a não mergulhar no sentimento de fracasso. É preciso querer ser feliz. Pessoas passaram pela minha vida, as coisas seguiram como seguem normalmente. Me apaixonei novamente, tive decepções, deixei de gostar, alguns momentos muito bons, outros não tão bons assim, ou seja, a vida como ela é. Olho pra trás e vejo quanta coisa passou, quanta coisa me marcou, quanta coisa me fez crescer e amadurecer.

Atualmente, vivo um momento especial. Encontrei alguém que contribui muito para minha felicidade. Quem me conhece e está próximo no meu dia a dia percebe a felicidade na minha face. Tenho ao meu lado alguém que me trata de forma especial, que me faz sentir especial, que se dedica, dá amor, atenção, carinho, cuidado. Temos grandes chances de seguir juntos pela vida, seja como marido e mulher, ou mesmo como namorados. O importante é o quanto fazemos bem um para o outro, o quanto nossas experiências passadas contribuíram para sermos pessoas melhores e preocupadas no bem-estar de quem a gente escolheu para amar. Quando a gente ama o cuidar do outro é fundamental. Quem ama cuida. Cuidamos bem um do outro, é natural na nossa relação. Sempre peço a Deus que ele seja a pessoa certa, a que vai ficar na minha vida, a pessoa com quem vou andar de mãos dadas quando estiver velhinha e que vai ter a paciência de Jó para aturar todas a TPM's que ainda virão. Se não for, agradecerei do mesmo jeito pelo empréstimo vantajoso que Ele me ofereceu...rsrs.

Hoje consigo rir do que passou, fazer graça com algumas situações que foram muito difícieis ao longo desse tempo. Nada como o tempo. Ele cura todas as feridas, ameniza todo sofrimento, supera todas as barreiras. Quanta coisa achava que nunca iria superar, quanto medo do que vinha pela frente. Agora, tudo é passado. Só vivo o presente, um dia de cada vez, usurfruindo de cada momento, reconhecendo e agradecendo aquilo que me faz crescer e me faz feliz.

Felicidade só existe quando fazemos um pacto com a vida. Felicidade é reconhecer cada momento, por mais simples que seja, em que você dá um sorriso, em que a presença de alguém te faz falta, porque na presença dela você se sente melhor, seja um amigo, um familiar, um namorado, uma criança, até mesmo a sua manicure com seus conselhos terapêuticos...rsrs. Felicidade são momentos partilhados. Mas, eles dependem de você, exclusivamente de você. Só você pode decidir se fica sofrendo, remoendo mágoas e lembranças ruins ou se vê beleza na vida e agradece o milagre de acordar todos os dias e reconstruir uma nova história, adicionando outros personagens, valorizando os que já existiam, reconhecendo aqueles que contribuíram de alguma forma para que sua fortaleza e vitória fossem conquistadas.

Eu venci, porque tive amigos que me ajudaram muito, porque tive uma família que me cercou de amor, porque tive uma sobrinha que tinha acabado de nascer e pude acompanhar seu crescimento e sorrisos compartilhados, porque tive ajuda de uma psicóloga que me fez enxergar que sou a única responsável pela minha vida e o que acontece com ela, porque tive alunos que me fazem rir e chorar, porque me permiti amar novamente, porque percebi que a vida não se encerra em alguém, mas no que fazemos com ela. Não sou vítima, não sou coitadinha. Sou uma pessoa mais forte porque decidi me responsabilizar pelo que vier a acontecer comigo. Posso até dar algumas derrapadas, fazem parte do percurso, mas SOU A ÚNICA RESPONSÁVEL PELA MINHA FELICIDADE.

Graças a Deus, ouvi o conselho daquele padre e fui ser feliz. Sou muito feliz. Olho para trás e parece que estou contando a história de outra pessoa, nem parece que foi comigo. Tudo passa...ainda bem!!!

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