Amar como se toma sorvete

 

Na minha última postagem escrevi que estou tão feliz que tenho até medo. Hoje ouvi que quando recebemos algo bom da vida não podemos ter medo. Mas, desfrutar como se fosse um sorvete delicioso numa tarde de calor. É pra se lambuzar com esse sorvete, aproveitá-lo enquanto estiver em seu poder, porque um dia o sorvete, como tudo na vida, acaba.  Achei graça da comparação. Mas, pensando bem é isso mesmo.

As mulheres que já viveram algumas experiências difíceis, realmente, têm muita dificuldade de viver o momento. As vezes, nosso coração cria uma carapaça, como se fosse uma proteção contra as pancadas que já recebeu, que não deixamos o que é bom entrar. Até podemos deixar, mas sempre com reticências, sempre com um pé atrás, sempre com medo ou esperando que aquilo vá acabar, como se não fôssemos dignas de viver algo bom, que nos fizesse bem, que fosse um sentimento verdadeiro.

Refleti muito a respeito desse sorvete. Decidi que vou aproveitá-lo, desfrutá-lo e me lambuzar até o final como se fosse uma criança sem medo de ser feliz. Após tantas ciladas, é justo que eu encontre um pouco de paz e felicidade ao lado de alguém. Estar ao lado de alguém não é sinônimo de felicidade. Afinal, a felicidade está nas escolhas que fazemos, na forma como decidimos viver, ou seja, em nós. Mas, não podemos negar que ter o coração preenchido por alguém que nos trata com amor e carinho faz a nossa vida muito mais interessante, muito mais gostosa e, consequentemente, feliz.

Então, eu escolho pra minha vida ser feliz sem medo, sem medo das consequências das minhas escolhas, porque decidi ser feliz hoje, enquanto o tenho comigo, porque tenho direito a me fartar desse sorvete chamado amor, chamado amar.